sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


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Desigualdade, pobreza e os mais ricos
O relatório das Organização das Nações Unidas (ONU) mostra a Humanidade dividida: confrontando a desigualdade nos países em desenvolvimento mostra que 1% da população mais rica concentra mais de 40% da riqueza global, e que mais da metade da população pobre detém apenas 1% dos recursos. Os dados do Banco Mundial mostram que 20,6% da população mundial era pobre em 2010 – ou seja, 1,2 bilhão de pessoas. Essa realidade é reflexo da manutenção da desigualdade e da população pobre no mundo.

Junior Garci
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desigualdade

Charge por Cazo para o Comércio do Jahu cedido ao Humor Político
Neste contexto, desigualdade e pobreza têm sido discutidos como importantes problemas globais a serem enfrentados, ocupando, por exemplo, o centro da agenda de discussões do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, Suíça. O interessante é que a solução proposta por governos e órgãos multilaterais tanto para a redução da desigualdade como para o enfrentamento da pobreza é a mesma: crescimento econômico.
Existe, sim, uma relação entre desigualdade, pobreza e crescimento econômico, mas não é determinística. Em determinadas situações, apenas o crescimento econômico não é suficiente. Isso ocorre porque desigualdade diz respeito à distribuição da renda ou da riqueza entre a população. Por sua vez, a pobreza corresponde à carência de recursos para que a população tenha acesso aos meios para uma vida saudável, que não inclui apenas alimento, mas também moradia, educação, saúde, cultura etc.
O relatório da ONU mostra ainda que a desigualdade de renda aumentou entre 1990 e 2010, embora a economia global tenha crescido. Isso significa que o crescimento não contribuiu para a redução da desigualdade de renda ou mesmo da pobreza; logo, como o crescimento pode ser a solução? Recorde-se que o crescimento no contexto atual contribui para elevar o grau de degradação dos ecossistemas, seja na extração de recursos naturais, seja no aumento da poluição.
Na verdade, a redução da desigualdade e da pobreza demanda outros instrumentos. Para reduzir a desigualdade, os governos deveriam implementar políticas de redistribuição da renda e da riqueza não restritos apenas aos programas de transferência direta (como o Bolsa Família) que afetam apenas a pobreza, mas, por exemplo, adotar impostos sobre a renda e a riqueza progressivos, reduzir impostos sobre o consumo de bens básicos e elevar a tributação sobre bens posicionais e de luxo. O problema é que os 1% ou 10% mais ricos são contrários, embora eles reconheçam que a pobreza seja um importante problema a ser enfrentado. Para os mais ricos, o que incomoda não é a desigualdade na distribuição da renda e da riqueza, mas a situação de pobreza das pessoas.
Nesse sentido, o apoio dos mais ricos se restringe a ações de curto prazo, como doações, campanhas de arrecadação de alimentos etc., que apenas aliviarão a situação de pobreza momentânea da população, sem enfrentar realmente as questões estruturais, tais como reduzir o imenso abismo entre os rendimentos, responsável tanto pela desigualdade como pela pobreza. No entanto, a solução passa por uma mudança cultural e de valores, que implica a aceitação de que pessoas com baixa qualificação também tenham direito a um salário digno. É justo que 30 milhões de brasileiros tenham renda média de R$ 139,58? Essa proposta implica que os mais ricos repartam sua fatia do bolo; será que eles estão dispostos?
Junior Garcia, doutor em Desenvolvimento Econômico, Espaço e Meio Ambiente pelo Instituto de Economia da Unicamp, é professor do programa de pós-graduação em Desenvolvimento Econômico do Departamento de Economia da UFPR.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sempre Sociologia



Caros(as) Alunos(as),

Este blog foi criado para ampliar as discussões feitas em sala de aula....
Como eu vivo reclamando que só tenho uma aula por semana (!), creio que este será um excelente espaço de "conversa" sobre nossos temas sociológicos.
Aguardo os comentários...

CARPE DIEM!